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Título : A experiencia contemporanea da politica entre jovens do sul do Brasil
Autor : Sousa, Janice Tirelli Ponte de
Palabras clave : Juventud;Participación juvenil;Participación social;Política
Fecha de publicación : 2014
Editorial : CLACSO
Resumen : A presente investigação teve como objeto de estudo dos movimentos/ organizações políticas formados por uma juventude contestadora anticapitalista local e nacionalmente. Suas ações coletivas são autônomas com relação à política institucional, com intervenções que fazem parte do campo de luta que se confronta com o poder do Estado, mas com uma pauta que acompanha os grandes problemas no âmbito nacional. Nesta juventude buscou-se subsídios para a compreensão da experiência da política contemporânea das novas gerações cujos desdobramentos nas relações coletivas podem ser traduzidos como ações políticas que adquirem um sentido singular, mas não menos comprometido como instrumento de uma coletividade, o que tem um valor político claro. Identificou-se a constituição e distinção das organizações políticas a que pertencem os jovens; relacionou-se a gênese dos seus vínculos coletivos, registrando, analisando as formas organizativas e visando indicar a tendência social e política para onde apontam as suas contestações. As questões da igualdade, democracia e direitos foram questões sobre as quais nos debruçamos, tendo em vista que são pautas de luta política desta juventude. O período de realização da pesquisa, em todas as suas etapas, ocorreu na conjunção dos acontecimentos e manifestações políticas que eclodiram nas ruas das cidades brasileiras a partir de junho de 2013, cabendo lembrar que a pauta de reivindicação especifica de um dos movimentos foco da investigação – o Movimento Passe Livre – foi o estopim da revolta que se alastrou pelo país e, colocou em evidencia diversas organizações juvenis que até então eram desconhecidas do conjunto da população, e mesmo da academia. Os jovens sujeitos da investigação, portanto, integraram a multidão que esteve nas ruas nesse momento e instalaram um cenário de protestos, revolta e indignação e, embora não houvesse unanimidade nos seus manifestos, deixaram evidente um questionamento do modelo de desenvolvimento urbano para onde caminha o país e o descrédito do modelo de representação política adotado. Na condição de um país da periferia do capitalismo, vivendo intensas mudanças políticas, culturais e no direcionamento da sua economia para fortalecimento do mercado interno sob a lógica de relações com o mundo globalizado, o território brasileiro passa por grandes mudanças. E muitas delas vão deixando mais nítida a relação do desenvolvimento das cidades brasileiras com setores da elite econômica e política nesse processo. Deste modo, pode-se afirmar que a bandeira do direito à cidade sintetiza toda esta problemática e, embora nem todos os movimentos analisados se fixem nele como pauta, a trajetória da pesquisa autoriza-nos afirmar que esta pode ser um ponto de partida legítimo para pensarmos a tendência das ações coletivas juvenis hoje. A observação das manifestações de contestação no país, demonstrou que a ação direta, contém o peso de um conteúdo crítico adotado por estes movimentos contemporâneos, um fato tendencial como política real, não exclusiva, programática porque, ao contrario do que pensa e simplifica o senso comum, ela está presente no Brasil de forma generalizada. São incontáveis os movimentos e manifestações diárias que optam pelas barricadas, pelas assembléias de rua, pela fustigação da policia, pela depredação de sedes de órgãos públicos e policiais, lojas comerciais de luxo, agencias bancárias, embora com repertório sem sempre organizado como o dos movimentos estudados. Blocos de ação saem às ruas com fins de proteger os que protestam e protestar através do quebra-quebra. Estes fatores confirmaram a pertinência da proposta desta investigação quando toma como objeto a contestação política organizada de uma juventude insurgente contra a ordem instituída. E ainda, quando localiza nos acontecimentos das jornadas de luta de 2013 as hipóteses que vinham se construindo a respeito do agir político do jovem contemporâneo, que forneceu elementos para a metodologia e o planejamento da pesquisa. Considerou-se na pesquisa que as ações insurgentes dos jovens nas ruas são os indicadores da sua capacidade de resposta para o silencio institucional instalado que age diante das demandas populares como cegos num tiroteio, preocupados em resolver os problemas na sua aparência. Em outras palavras, não respondem, não conseguem mobilizar a máquina do estado na direção da população e suas expectativas democráticas, não por outra coisa, senão por impossibilidade de os fins institucionais se atualizarem diante do chamado da realidade que exige delas uma mudança real. Ao longo de nossa análise procuramos não generalizar a idéia do anacronismo ou limites das instituições de um lado, e as manifestações de ação direta de outro, como formas binárias, o bem e o mal. Com o esgotamento das instituições representativas, preparadas para a concorrência, conformação e legitimação, a ação direta, também, pode ser observada como tática de confronto e desestabilização por parte de grupos ou interesses com motivos autoritários ou mesmo fascistas, confundindo discursos, por vezes antagônicos.
URI : https://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/handle/CLACSO/10873
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