O Paradigma Qualitativo, que começa seu desenvolvimento nas áreas de sociologia e educação,
exibe uma ruptura epistemológica e política com o paradigma positivista quando não aceita as
formulações de valor universal, a-histórica e não localizada. Este paradigma surge não apenas
como o reverso da moeda na interpretação da realidade, mas de fato convida-nos a adoptar um
outro ponto de vista paradigmático. Sob esta nova forma, as distinções dentro/fora, saudável/
doente, normal/patologico, perde toda validade. Não é mais possível pensar em alguém e fora
dele, um mundo. Não há distância entre o homem e o mundo: somos o mundo. Não é mais
possível pensar em normalidade e patologia, pois não há uma regra de medição, que é capaz
de capturar a natureza humana. O que existe, como aponta Canguilhem (1985), é um
"construir normalidade", que estando naturalizada, impõe-se como força organizadora e
governadora de corpos. No cenário do paradigma mecanicista ainda muito saudável e
vital, vale a pena refletir quanto às aportaciones do paradigma qualitativo às Ciencias Sociais e,
em particular, e aquele das metodologías qualitativas à Psicologia. Isto é precisamente o desafío
aceite nesta Seção Temática denominada "Pesquisa qualitativa em subjetividade".