O artigo tem como objetivo compreender de que forma o patrimônio cultural, a Festa de Santa Cruz, localizada em um bairro rural da cidade de Divinolândia/SP, permite evidenciar os conflitos entre atores na ocupação das terras nos séculos XVIII e XIX no interior paulista, visto que sua origem guarda relação com a presença de quilombolas na região e a continuação de seu culto se dá pelos imigrantes europeus e seus descendentes até os dias de hoje. Dessa maneira, é possível entender, pela celebração mencionada, que a seleção da memória e do esquecimento, assim como a permanência ou o apagamento de marcas identitárias na dinâmica territorial local, se dá por um processo de embranquecimento iniciado no período setecentista pela empresa colonial, por meio da desterritorialização da população negra e indígena, perpetuado pelas elites cafeeiras paulistas no século posterior, cujos efeitos são vistos nos dias de hoje.
The article aims to understand how the cultural heritage, the Festa de Santa Cruz, located in a rural area in the city of Divinolândia / SP, shows the conflicts between the players in the occupation of lands in the 18th and 19th centuries in the interior of São Paulo. Since their origin is related to the presence of quilombolas in the region and the permanence of its cult is given by the European immigrants and their descendants until the present day. In this way, it is possible to understand by the celebration that the selection of memory and forgetfulness, as well as the permanence or erasure of identity marks in the local territorial dynamics occurs through a process of whitening initiated in the eighteenth century by the colonial company, through the deterritorialization of the black and indigenous population, perpetuated by the coffee plantations elites in the later century whose effects are seen nowadays.
El artículo tiene por objetivo comprender de qué forma el patrimônio cultural, la Fiesta de Santa Cruz, ubicada en un barrio rural de la ciudad de Divinolândia / SP, permite evidenciar los conflitos entre actores en la ocupación de las tierras en los siglos XVIII y XIX en el interior paulista, dado que su origen guarda relación con la presencia de quilombolas en la región y la continuación de su culto se da por los inmigrantes europeos y sus descendientes hasta los días de hoy. De esta manera, es posible entender por la fiesta que la selección de la memoria y olvido, así como la permanencia o supresión de marcas identitarias en la dinâmica territorial local se da por un proceso de blanqueamiento iniciado en el período setecentista por la empresa colonial, por medio de la desterritorialización de la población negra e indígena, perpetuado por las elites cafeteras paulistas en el siglo posterior, cuyos efectos se ven en los días de hoy.