Mesquita, Rui G. M.; Sá, Carolina Figueiredo de; Leal, Telma Ferraz
Descripción:
Refletimos sobre a articulação entre os direitos de aprendizagem previstos no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e a dimensão formativa da educação. Que tipos de lógicas curriculares estimulam a construção de um cotidiano escolar aberto ao diálogo com processos societários em curso no campo? Os direitos fundados na aprendizagem da leitura e da escrita ferem o princípio da autonomia das escolas do campo? Sob que perspectiva deveríamos dialogar com os ditos direitos? Essas são questões sobre as quais nos debruçamos no presente artigo. Defendemos a escola como polo aglutinador de intencionalidades formativas; espaço de articulação entre ensino, memória e trajetória de vida. Observamos, entretanto, que os projetos pedagógicos dos movimentos sociais do campo se materializam num espaço escolar apenas formalmente aberto ao acolhimento da diferença. Por fim, ampliando a discussão para as escolas urbanas, concluímos que os movimentos ontológicos de emergência de subjetividades coletivas devem ser o centro de fazeres educativos interessados em favorecer direitos que ainda precisam ser aprofundados: de narrarmos nossas próprias histórias; alimentarmos criticamente nossos gostos e valores; construirmos opções estéticas que nos tornem potentes; articularmos esses conhecimentos e valores a estratégias de reprodução de nossas vidas que valorizem o trabalhador e não o capital.