Descripción:
Este artigo tem como objetivo refletir sobre aspectos específicos da categoria da literatura surda chamada Visual Vernacular. Nossa proposta é a de estudar as suas especificidades e compreender os seus modos de organização estética. Além disso, intentamos pensá-la no âmbito de sua inserção no cenário cultural e artístico da contemporaneidade, pois acreditamos na necessidade de refletir sobre as manifestações literárias concernentes às expressões culturais surdas e às línguas de sinais em uma perspectiva ampla, que não a restrinja à mera leitura impressionista, mas que a considere dentro de um contexto pós-moderno de produção e de circulação cultural no qual ela ocupa um lugar, para além da dimensão solipsista. Para tanto, três conceitos contribuirão para o nosso esteio teórico: a noção de Contemporaneidade, a partir da proposta de Terry Smith (2013), que a percebe em uma dimensão plural, política e em construção; a percepção da inespecificidade da forma artística contemporânea, postulada por Florência Garramuño (2014), que nos ajudará a pensar sobre a experimentação estética pertinente à literatura surda, em sua dimensão tridimensional e performática; e a visão de hibridismo cultural proposta por Néstor Garcia Canclini (2006), que rechaça a possibilidade de pureza cultural e a contrapõe à presença da labilidade das fronteiras culturais e do deslocamento dos bens simbólico na pós-modernidade.