Na atualidade, o impacto da pandemia da Covid-19 foi sentido por todos os setores da sociedade, incluindo o da educação, o qual precisou fazer uma repentina transição do ensino presencial para o ensino remoto. Essa mudança trouxe novos desafios aos professores do setor privado, exigindo uma maior gestão de suas emoções, especialmente por estarem imersos em uma sociedade neoliberal, fortemente instaurada em contextos educacionais. Desse modo, partindo do entendimento de que o ensino envolve emoções (BARCELOS, 2015), pois é uma prática emocional (HARGREAVES, 2000), o presente artigo discute os efeitos do trabalho emocional de dois professores de Língua Inglesa de escolas particulares de ensino fundamental, diante à pandemia do Coronavírus. Para tanto, este estudo qualitativo lançou mão de narrativas em formato de diários orais e entrevistas semiestruturadas, gerados durante o primeiro semestre do ano de 2020. Para tratamento dos dados, optou-se pela Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011). Conclui-se neste estudo, que a lógica neoliberal reforçou o desgaste emocional e físico dos docentes, com a exigência disciplinadora dos eixos principais do neoliberalismo: produtividade, rapidez e lucro, ignorando o bem-estar docente e intensificando o seu trabalho emocional. Aponta-se, também, que o trabalho emocional pode fornecer subsídios para políticas de transformação educacional, no que tange às emoções de professores.