Descripción:
Este artigo ensaio tem os objetivos de 1) discutir as três vertentes do racismo brasileiro – individual, institucional e estrutural – diferençando-as e desvelando sua inscrição na realidade brasileira, e 2) defender a imprescindibilidade de estarmos despertos para identificar a engrenagem racista que mantém o funcionamento da sociedade brasileira, e de nos reconhecermos no interior desta, para assumir efetivos posicionamentos antirracistas. Em sua constituição teórica, o trabalho se apoia, principalmente, nos trabalhos de Silvio de Almeida (2020), Lynn Mario Trindade Menezes de Souza (2020a;2020b), Djamila Ribeiro (2017;2019), e Boaventura de Sousa Santos (2019), para discorrer sobre os conceitos de raça e racismo, concebendo-os como construções políticas e sociológicas, e os associa à manutenção das práticas de racismo epistêmico (Grosfoguel, 2016) no Brasil – ação político-ideológica do tempo colonial e que perdura até os dias atuais. Também aponta que o racismo estrutural da sociedade contemporânea imputa a condição de racistas compulsórios a todos os brancos brasileiros que não se engajem na pauta antirracista, uma vez que, se omissos, contribuem para a continuação do discurso racista. O trabalho, por fim, exemplifica atitudes antirracistas, que, mesmo sendo iniciativas individuais e pontuais, constituem-se oportunidades de contribuição para a construção coletiva de novo paradigma discursivo, e podem inspirar possibilidades de educação linguística crítica antirracista nas escolas brasileiras.