Philippe Lejeune’s theory (1996) was responsible for a remarkable epistemological framework for researches in the field of the autobiographical genre. In this article, however, I propose a reassessment of the initial definitions created by the French researcher analyzing Beira-mar (1985), by Pedro Nava, in dialogue with the critical propositions suggested by José Carlos da Costa (2007). I also intend to make reference to other literary works, such as Romance negro com argentinos (2001), by Luisa Valenzuela, O Aleph (2001), by Jorge Luis Borges and Como me hice monja (2004), by César Aira. In addition, I aim at discussing the autobiographical genre from the perspectives of Robert Folkenflik (1993) and Jerome Bruner (1993), objectifying to defend a notion of fiction as manufacturing, supported by the concept of fictionality as defined by Heidrun Kreiger Olinto (2003). Thus, I seek to point out, as one of the agendas of contemporary self-writings, the hypothesis of a dispensable autobiographical pact category for the composition of literary works of self-referential nature.
A teoria de Philippe Lejeune (1996) foi responsável por um marco epistemológico para pesquisas no campo do gênero autobiográfico. Neste artigo, contudo, propõe-se a reavaliação das definições iniciais do pesquisador francês a partir da análise da obra Beira-mar (1985), de Pedro Nava, em diálogo com as proposições críticas de José Carlos da Costa (2007). Aventa-se, ainda, a referencialidade a outras obras literárias, tais quais Romance negro com argentinos (2001), de Luisa Valenzuela, O aleph (2001), de Jorge Luís Borges e Como me hice monja (2004), de César Aira. Em acréscimo, pretende-se discutir o gênero autobiográfico a partir da posição crítica de teóricos como Robert Folkenflik (1993) e Jerome Bruner (1993), objetivando defender uma noção de ficção como manufatura, apoiada no conceito de ficcionalidade, como definido por Heidrun Krieger Olinto (2003). Dessa forma, intenciona-se assinalar, como uma das agendas contemporâneas das escritas de si, a hipótese da prescindível categoria de pacto autobiográfico para a composição, recepção e/ou análise de obras literárias de cunho autorreferencial.