Considerando a conformação, neste início de século XXI, do ciclo progressista latino-americano e do denominado regionalismo pós-liberal, bem como a evolução da política cultural internacional, o artigo aborda os impactos de tais transformações para a integração cultural sul-americana, discutindo os avanços, limites e contradições que marcaram o Mercosul Cultural entre 2003 e 2015. A partir de análise documental e de discussões teóricas relacionadas ao regionalismo, às políticas culturais e ao pensamento descolonial latino-americano, o trabalho discute questões como o discurso sobre a cultura nos âmbitos político-diplomáticos do bloco; o fortalecimento institucional e o financiamento da cultura; o desenvolvimento de projetos culturais regionais; a construção de uma diplomacia cultural regional; e os desafios relacionados à transversalidade da cultura. Embora o Mercosul Cultural tenha avançado, no período analisado, na consolidação de um espaço privilegiado de cooperação cultural regional e de diplomacia cultural, suas conquistas foram limitadas pela baixa institucionalidade da cultura nos âmbitos nacionais e sua não priorização nas agendas políticas dos governos desse período. Desse modo, o trabalho visa contribuir para o debate sobre o lugar da cultura no desenvolvimento regional e sua centralidade para a construção de um projeto de integração latino-americano contra-hegemônico, autônomo e emancipador.Considerando la formación, a principios del siglo XXI, del ciclo progresista latinoamericano y del denominado regionalismo posliberal, así como la evolución de la política cultural internacional, el artículo aborda los impactos de tales transformaciones para la integración cultural sudamericana, discutiendo los avances, límites y contradicciones que marcaron el Mercosur Cultural entre 2003 y 2015. A partir del análisis documental y de discusiones teóricas relacionadas con el regionalismo, las políticas culturales y el pensamiento descolonial en América Latina, el trabajo discute cuestiones como el discurso sobre la cultura en el esferas político-diplomáticas del bloque; el fortalecimiento institucional y  el financiamiento de la cultura; el desarrollo de proyectos culturales regionales; la construcción de una diplomacia cultural regional; y los desafíos relacionados con la transversalidad de la cultura. Si bien el Mercosur Cultural ha avanzado en el período analizado para la consolidación de un espacio privilegiado para la cooperación cultural regional y la diplomacia cultural, sus logros se vieron limitados por la baja institucionalidad de la cultura en los ámbitos nacionales y su falta de priorización en las agendas políticas de los gobiernos de ese período. De esta forma, el trabajo pretende contribuir al debate sobre el lugar de la cultura en el desarrollo regional y su centralidad para la construcción de un proyecto de integración latinoamericano contrahegemónico, autónomo y emancipador.Considering the formation, at the beginning of the 21st century, of the Latin American progressive cycle and the so-called post-liberal regionalism, as well as the evolution of international cultural policy, the article addresses the impacts of such transformations on South American cultural integration, discussing the advances, limits and contradictions that marked Mercosur Cultural between 2003 and 2015. Based on document analysis and theoretical discussions related to regionalism, cultural policies and decolonial perspectives in Latin America, the work discusses issues such as the discourse on culture in the political-diplomatic spheres of the bloc; institutional strengthening and financing of culture; the development of regional cultural projects; the construction of a regional cultural diplomacy; and the challenges related to the transversality of culture. Although Mercosur Cultural has advanced in the period analyzed in consolidating a privileged space for regional cultural cooperation and cultural diplomacy, its achievements were limited by the low institutionality of culture at national levels and its lack of prioritization in the political agendas of the governments of that period. In this way, the work aims to contribute to the debate on the place of culture in regional development and its centrality for the construction of a counter-hegemonic, autonomous, and emancipatory Latin American integration project.