Resumen:
As formas de apropriação da riqueza e sua concentração em poucas mãos são definidas pela lógica “normal” do capitalismo, qual seja, a extração da mais-valia na esfera da produção. Contudo, a ela estão associados outros processos menos convencionais, inclusive os que fogem às regras da concorrência e outros que reeditam formas aparentemente arcaicas de exploração pática de trabalhadores vulneráveis. Não se trata de fenômenos marginais envolvendo alguns milionários oportunistas, corruptos ou mafiosos. Pelo contrário, esses processos fazem parte da dinâmica estrutural das finanças e dos negócios internacionais. Embora se materializem em graus variados conforme os distintos países, nos seus traços essenciais, eles se reproduzem em toda a América Latina. O desafio que se apresenta para as Ciências Sociais é, pois, produzir conhecimento sobre esses segmentos minoritários que não são, em absoluto, auto-referentes e autosuficientes, mas vinculados a relações de poder que explicam grande parte da pobreza latino-americana.