Resumen:
As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) são um projeto de "policiamento de proximidade" que teve início em 2008 no Morro Santa Marta, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. O programa - que visa "pacificar" favelas que há décadas estavam dominados por traficantes de drogas fortemente armados - vem sendo considerado bem sucedido, especialmente, por ter conseguido reduzir o número de conflitos armados e homicídios nas áreas com UPP. Em 4 anos de existência, as UPP vem consolidando-se e expandindo-se. Hoje existem 36 UPPs e a previsão é que, até 2014, existam 40 UPPs na cidade que vai sediar a Copa do Mundo e, posteriormente, os Jogos Olímpicos em 2016. Todavia, as UPPs ainda são uma política pública muito recente e, como qualquer nova iniciativa, precisa ser analisada para se estabilizar como uma iniciativa eficaz e democrática. O presente projeto de pesquisa propõe realizar uma avaliação empiricamente fundamentada desta política, privilegiando o ponto de vista, por um lado, dos moradores de áreas "pacificadas" e, por outro, dos policiais que atuam nas UPPs. A pesquisa tem o objetivo de avaliar as UPPs a partir de uma análise das críticas que esses dois grupos - que, obviamente, não são homogêneos - fazem ao projeto. Além de críticas explícitas que são apresentadas no debate público, este estudo também tomará como objeto os rumores que vem circulando nas favelas desde a inauguração da UPP. A ideia é investigar as percepções que moradores e policiais têm do projeto e dos impactos que o processo de "pacificação" vem gerando na rotina, na sociabilidade e nos fluxos de circulação em favelas "pacificadas". Visando mapear como o projeto das UPPs vem sendo percebido e criticado, a metodologia desta pesquisa envolveu trabalho de campo e entrevistas semi-estruturadas em três favelas "pacificadas": Santa Marta, Cidade de Deus e Parque Proletário.
