Descripción:
"Propomos, neste artigo, uma revisão crítica da cultura ocidental utilizandocomo chave de interpretação a definição de sociedade do espetáculo de Guy Debord.Verifica-se que, em suas dimensões espetaculares, o Ocidente revela a capacidadede conservação e manutenção do(s) poder(es) constituído(s), por meio de umasistemática operação de alienação de uma realidade vivida e de sua substituiçãopelas imagens adaptadas pelo próprio poder. Este aspecto se evidencia a partirda dissolução dos laços feudais do mundo urbano do século XII, quando surgeuma economia pré-capitalista baseada em tráficos comerciais. Nesse contexto,verificam-se as heresias mais graves e as revoltas populares, que a Igreja procuracontestar pela espetacularização de suas doutrinas. Durante o Renascimento, opoder encontra, como espetáculo, uma definição mais equilibrada na sociedade;no entanto, a reforma protestante cria, mais uma vez, a necessidade de uma novaespetacularização em favor das massas cristãs, produzindo o fenômeno do Barroco.Durante a Revolução Francesa, assistimos à criação de espetáculos que ganham aadesão das massas à revolução. Assim se constitui a sociedade de massas espetacularnas formas e conteúdos que refletem a realidade contemporânea."