El artículo analiza la revuelta social chilena de 2019 y el subsecuente proceso constituyente desde una perspectiva ecologista. La relación entre lo destituyente (el cuestionamiento del orden establecido) y lo instituyente (la creación de nuevas formas de organización social) en el contexto del neoliberalismo chileno. En lo destituyente, la revuelta, iniciada por protestas estudiantiles contra el alza del transporte público, rápidamente evolucionó hacia un cuestionamiento más amplio del modelo neoliberal heredado de la dictadura y mantenido por los gobiernos posteriores, centrándose en la crítica a la privatización de bienes comunes naturales y sociales, establecida en la Constitución de 1980. Desde una perspectiva de la ecología política, lo destituyente tuvo una dimensión socioambiental, que se manifestó en acciones como la toma de pozos de agua y protestas contra megaproyectos extractivistas. El posterior proceso constituyente, particularmente en la primera Convención Constitucional (2021-2022), incorporó demandas ecologistas significativas, incluyendo el reconocimiento del agua como bien común inapropiable y de la naturaleza como sujeto de derechos. A pesar del rechazo de ambas propuestas constitucionales (2022 y 2023), tanto la revuelta como la primera experiencia constituyente siguen siendo referentes importantes para pensar la superación del extractivismo y las políticas de cosificación de la naturaleza. La disputa por lo común continúa, reconociendo que los tiempos de los pueblos y los movimientos sociales no coinciden necesariamente con los de la institucionalidad.The article analyses the Chilean social revolt of 2019 and the subsequent constituent process from an ecologist perspective. The relationship between the destituyente (the questioning of the established order) and the instituyente (the creation of new forms of social organisation) in the context of Chilean neoliberalism. In terms of the destituyente, the revolt, initiated by student protests against the increase in public transport fares, quickly evolved into a broader questioning of the neoliberal model inherited from the dictatorship and maintained by subsequent governments, focusing on the critique of the privatisation of natural and social common goods, established in the 1980 Constitution. From a political ecology perspective, the destituyente had a socio-environmental dimension, which manifested itself in actions such as the seizure of water wells and protests against extractivist megaprojects. The subsequent constituent process, particularly in the first Constitutional Convention (2021-2022), incorporated significant environmental demands, including the recognition of water as an inappropriate common good and of nature as a subject of rights. Despite the rejection of both constitutional proposals (2022 and 2023), both the revolt and the first constituent experience continue to be important references for thinking about overcoming extractivism and the reification of nature. The dispute for the commons continues, recognising that the times of peoples and social movements do not necessarily coincide with those of the institutions.O artigo analisa a revolta social chilena de 2019 e o processo constituinte subsequente a partir de uma perspetiva ecologista. A relação entre destituyente (o questionamento da ordem estabelecida) e instituyente (a criação de novas formas de organização social) no contexto do neoliberalismo chileno. Em termos de destituyente, a revolta, iniciada por protestos estudantis contra o aumento das tarifas dos transportes públicos, evoluiu rapidamente para um questionamento mais amplo do modelo neoliberal herdado da ditadura e mantido pelos governos subsequentes, centrando-se na crítica à privatização dos bens comuns naturais e sociais, estabelecida na Constituição de 1980. Do ponto de vista da ecologia política, a dimensão destituyente teve uma dimensão socioambiental, que se manifestou em ações como a tomada de poços de água e protestos contra megaprojetos extrativistas. O processo constituinte subsequente, particularmente na primeira Convenção Constitucional (2021-2022), incorporou demandas ambientais significativas, incluindo o reconhecimento da água como um bem comum impróprio e da natureza como sujeito de direitos. Apesar da rejeição das duas propostas constitucionais (2022 e 2023), tanto a revolta quanto a primeira experiência constituinte continuam sendo referências importantes para pensar a superação do extrativismo e da reificação da natureza. A disputa pelos bens comuns continua, reconhecendo que os tempos dos povos e dos movimentos sociais não coincidem necessariamente com os das instituições.