Neste texto busco articular os elementos das sociologias de Norbert Elias e de Karl Mannheim que podem contribuir para as pesquisas sobre jovem/juventudes e rural/ruralidades em contextos de transformações sócio-econômicas e de permanências culturais que marcam as sociedades periféricas no atual estágio do capitalismo. Explorando a relação entre os processos de formação do indivíduo (psicogênese) e de configuração das sociedades (sociogênese), desenvolvida por Elias, e articulando essa dimensão à “visão-de-mundo” que Mannheim aborda como processo de formação relacionado à significação das experiências vividas de forma diferenciada pelos grupos sociais, abrem-se portas de compreensão para o estudo de novas subjetividades que despontam entre os jovens do mundo rural. Um mundo cada vez mais submetido aos processos de racionalização da vida e mais conectado às cidades, onde os jovens criam sínteses de vários estilos, inclusive urbanos, num processo de bricolage que produz, simultaneamente, encaixes e desencaixes entre o indivíduo e a sociedade em que vive. Palavras-chave: juventudes; ruralidades; estilos de vida. In this text I try out to articulate elements of Norbert Elias’ and Karl Mannheim sociologies, which can contribute to researches on youngsters/youth and rural/ruralities in contexts of social-economical transformations and cultural permanencies that characterizes the excluded societies in the present capitalism stage. Exploiting the relation between the processes of individual formation (psychogenesis) and of society configuration (sociogenesis), developed by Elias, and, articulating this dimension to the “worldview” that Mannheim approaches as a formation process related to life experiences’ signification by the social groups, it is opened up new tracks of understanding to the study of subjectivities which emerge from youngsters of the rural world. A world progressively submitted to the life’s rationalization processes connected to cities, where the youngsters elaborate synthesis of all kinds, including urban, in a bricolage process that, simultaneously, dovetails and produces unfamiliarity between the individual and the society where one lives. Key works: youngsters; ruralities; lifestyle.