O artigo enfatiza, inicialmente, o caráter construído do sistema de símbolos e imagens que, por quase todo o século XX, representou, para os nordestinos e também para seus 'outros', a identidade cultural do Nordeste do Brasil. Argumenta, em seguida, que o processo de globalização cultural desestabiliza a pretendida independência daquele sistema, sem, contudo, representar riscos a sua integridade. Em verdade, a intensificação das trocas culturais tem gerado respostas de reafirmação das diferenças e da (re)construção de culturas híbridas. Pensar a identidade cultural nordestina nesse contexto requer considerar as formas específicas de integração/ reação ao processo de globalização que têm sido elaboradas por aqueles que produzem bens culturais na Região. Destaque é dado ao movimento “mangue beat” e às artes plásticas nordestinas. The article stresses, firstly, the constructed character of the system of symbols and images which, for almost all the Twentieth Century, represented, for both the North-easterners and their 'others', the cultural identity of the Brazilian Northeast. It argues, secondly, that the globalization process disturbs the intended independence of that system, without risking, however, its integrity. In fact, the intensification of cultural exchanges has generated responses of reaffirmation of differences and of (re)construction of hybrid cultures. To think of the cultural identity of Northeast in such a context requires considering the specific forms of integration/reaction to the globalization process which have been elaborated by those who produce cultural goods in the Region. The “mangue beat” movement and plastic arts are singled out as examples.