Neste artigo analisamos modos de naturalização da escassez hídrica na região semiárida do nordeste brasileiro. Inspirados no debate sobre a ordem hidrossocial na região citada, e a partir de 30 entrevistas com residentes da área focalizada, feitas nos últimos dois anos, destacamos a intensificação do discurso da naturalização da ‘falta de água’; a consolidação e intensificação do mercado de águas, bem como uma tendência à explicação religiosa das situações de escassez enfrentadas, associada à desresponsabilização das instâncias governamentais quanto ao enfrentamento das situações de desabastecimento de água.