Neste artigo analisamos coberturas jornalísticas da Comissão Nacional da Verdade (CNV) por meio de um estudo quantitativo e qualitativo dos jornais Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo entre o 01 de janeiro de 2010 à 31 de dezembro de 2015. A metodologia combina os conceitos de memória coletiva, reconhecimento e razão comunicativa com normas éticas do jornalismo, de modo a permitir uma análise empírica crítica de como esses jornais cobriram os trabalhos da CNV. Os resultados indicam que apesar do potencial para contribuir para a formação de uma memória coletiva sobre a ditatura e o período transicional, promovendo o que podemos chamar de “jornalismo de reconhecimento”, as coberturas foram predominantemente reativas aos marcos estatais, pecando na contextualização e reproduzindo fatos já conhecidos, além de memórias hegemônicas e subjetividades dicotômicas.In this article we analyse press stories on Brazil’s National Truth Commission (CNV) through a quantitative and qualitative study of the newspapers Folha de São Paulo and O Estado de São Paulo between January 01, 2010 and December 31, 2015. The methodology combines the concepts of collective memory, recognition and communicative reason, with ethical principles of journalism, allowing a ciritcal analysis of the CNV in these newspapers. The results indicate that even though newspapers have the potential to contribute to the formation of a collective memory on the dictatorship and the transitional period, promoting what we can call “recognition journalism”, the stories were predominantly factual and reactive to state actions, with poor contextualization and producing more well-know facts, aside from hegemonic memories and dichotomic subjectivities.En este articulo analisamos reportages peridisticas sobre la Comissão Nacional da Verdade (CNV, Brasil) con un estúdio quantitativo y qualitativo de los periódicos Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo mientres 01 de janero 2010 a 31 de deciembre 2015. La metodologia combina conceptos de memoria coletiva, reconocimiento y razon comunicativa, com normas éticas del periodismo, permitiendo un analysis crítica de las coberturas de la CNV en esos periódicos. Los resultados indican que apesar del potencial de contribución a la formación de una memoria coletiva sobre la ditadura y el período transicional, haciendo lo que llamamos “periodismo del conocimiento”, las coberturas fueron predominantemente reactivas de los marcos estatales, pecando en la contextualización y reproduciendo hechos conocidos, memórias hegemônicas y subjectividades dicotómicas.