O presente artigo tem como objetivo analisar a relação campo-cidade a partir do processo de divisão social e territorial do trabalho como condição/produto do sistema do capital. A tese central se estabelece no argumento de que a relação campo-cidade é a expressão espacial da divisão do trabalho, fundamental para a realização do valor-capital. É por meio dela que a produção se especializa, pela intensificação da exploração do trabalho, ao mesmo tempo em que generaliza e amplia suas relações de troca. O caráter desigual e contraditório inerente a tais relações se mostra como a essência da forma historicamente específica do desenvolvimento social e espacial próprio do capitalismo. Neste sentido, campo-cidade se apresenta como a síntese histórica das relações de especialização, fragmentação e integração de espaços que dialeticamente se combinam e se unem no processo de acumulação e reprodução do capital.