O equilíbrio dinâmico da paisagem do litoral Português sofreu várias pressões ambientais e antrópicas, especialmente durante a segunda metade do século XX. A subida do nível do mar juntamente com a diminuição do fornecimento sedimentar e a ocupação crescente das frentes marítimas condicionou a evolução da paisagem da plataforma do litoral Português. O recuo da linha de costa, juntamente com a diminuição da largura de praias arenosas, a destruição dos sistemas dunares, a degradação da vegetação das dunas costeiras e a expansão das áreas urbanizadas foram os principais processos que marcaram a evolução das áreas litorais. As estruturas de engenharia pesada adoptadas para mitigar os impactos do recuo do litoral, tais como esporões, paredões, quebra-mares e molhes, também contribuíram para a alteração da dinâmica e características naturais da paisagem costeira, que se tem tornado cada vez mais artificial e mais susceptível ao risco de erosão e aos eventos invasivos do mar. A área de estudo selecionada compreende um sector do litoral, fortemente antropizada, já que se desenvolve aí a cidade de Espinho. Escolhemos esta área por apresentar registos antigos de eventos e episódios de invasão do mar, que têm provocado a erosão da costa, a destruição da frente marítima da cidade, assim como, as obras de engenharia que ao longo dos tempos foram construídas no sentido de mitigar a ação do mar. Procura-se, neste trabalho, determinar qual o grau de vulnerabilidade da linha de costa ao avanço da invasão marinha. Palavras-chave: Litoral; Erosão marítima; Vulnerabilidade do litoral; Espinho.