O artigo analisa os processos de deslocamento de trabalhadores rurais do oeste do Paraná para a área urbana de Toledo a partir da década de 1970, período em que se verificou uma aceleração na expansão da área urbana e no crescimento populacional local (ainda em curso no presente). Com base em duas narrativas orais, produzidas com trabalhadores residentes na cidade e analisadas a partir da metodologia de trabalho com fontes orais e memórias, problematiza-se as diferentes formas com que se vivenciou a passagem do campo para a cidade, buscando-se desvendar a complexidade que permeia tais processos. Também se  pretende discutir as relações entre campo, cidade e região que emergem de memórias e relatos dos narradores, categorias estas que servem de referenciais para suas vidas, as quais são entendidas não como esferas separadas, mas como dimensões de uma só realidade.