Descripción:
O objetivo deste artigo é discutir e analisar a relação estabelecida entre a sociedade e a natureza na extensa área alagável do Pantanal Norte, tendo um interesse maior pelos moradores da beira dos rios São Lourenço e Cuiabá, entre os anos de 1870 a 1930, chamados externamente de “ribeirinhos”. Neste artigo, analisamos o universo pantaneiro que os “ribeirinhos” ajudaram a compor, percebendo suas práticas diárias, seus saberes, seus valores e suas lógicas, após o fim da Guerra com o Paraguai (1870) e a reabertura da navegação fluvial, tendo em vista o aumento das relações de troca e comércio locais com as embarcações fluviais, que permitiram a intensificação da exploração dos recursos naturais e a alteração na paisagem pantaneira. Todavia essas modificações oriundas de um mercado mundial em expansão, carregadas de valores, normas e preceitos “modernos” e “civilizados” não atingiu o cotidiano dos “ribeirinhos” como uma pressão externa que impunha alterações bruscas e repentinas. Isto porque os “ribeirinhos” ao atualizar seus costumes o fizeram por meio de uma racionalidade local que escapava das formas de controle dos principais grupos políticos vigentes no período em questão