Este trabalho teve como objetivo analisar as vulnerabilidades da pecuária familiar sobre a disponibilidade hídrica, frente ao aumento de temperatura ocasionada pelas mudanças climáticas, da sub-bacia hidrográfica do Alto Camaquã. Este território pertence à parte remanescente de maior valor para a biodiversidade do Bioma Pampa, pois compreende uma região que, por suas características econômicas e socioambientais, ainda mantém um ecossistema a priori estável. O sistema de produção, pecuária familiar, ajuda a manter essas condições, porém sofre determinadas demandas do mercado econômico incompatíveis com seu manejo. As mudanças climáticas e ambientais aceleram os processos de intemperismo, de degradação ambiental, além de influenciar os processos do ciclo hidrológico. Este estudo demonstrou que a disponibilidade hídrica e a resistência do solo são as principais variáveis que tornam o Alto Camaquã um território frágil frente ao aumento de temperatura; e os pecuaristas familiares apresentam-se vulneráveis a estas mudanças por não haver instrumentos de mitigação aos impactos ambientais característicos na região e, tão pouco, estratégias de gestão para propiciar o aumento da sua resiliência.