Descripción:
O presente artigo discorre sobre a criação do SENAI no Brasil em 1942, após muitas outras iniciativas públicas e privadas de formação profissional voltadas a crianças e jovens. A questão da profissionalização no país é um tema bastante caro aos governantes, que remonta à chegada da Família Real em 1808. A abertura de cursos de formação de ofícios foi uma das primeiras ações do Príncipe Regente em terras brasileiras, o que comprova que a formação profissional - desde sua gênese destinada às massas - sempre serviu para prover ou manter o conforto das elites que puderam optar pela educação intelectual, dualismo que permeia nosso sistema educacional ainda hoje. O panorama econômico, político e social que levou à criação do SENAI em 1942 mostra que, atrelada à necessidade de se reproduzir operários para o parque industrial brasileiro cada vez maior a partir de 1930, a formação profissionalizante carrega em seu bojo toda uma estrutura hierarquizada, constituindo-se a fábrica num microcosmo social, no qual se reproduzem as condições de dominação e subordinação, de repressão, obediência, resistência e luta de classes.