We face the development of a variously designated phenomena: “rise of populism”, “anti-system movements”, etc. It is not only a social fracture, but also a “discursive” one. The populists think that they have been denied from accessing the right to the speech in environments in which there is a greater audience or moral authority / credibility, that an elite of privileged and / or minorities separated from “real” society have a monopoly on the legitimacy of speech. This discursive fracture is possible by social networks, in which those who think they are excluded express themselves abundantly. But there is a fundamental asymmetry between their statements and those of the “elites”, which justify their status by respecting a certain number of cognitive and linguistic norms. It is a dangerous situation of “interincomprehension” in which each of the two adversaries legitimizes itself by the other. Discourse analysts cannot be content with showing the deficiencies of “populist” statements; they must reflect on the discursive fracture itself. But treating the speech of the elites as discourse must not mean validating the “populist” point of view.
On voit se développer des phénomènes qu’on désigne diversement : « montée du populisme », « mouvements antisystèmes », etc. Ce n’est pas seulement une fracture sociale, mais aussi une fracture « discursive ». Les « populistes » pensent qu’on leur refuse l’accès aux lieux où s’énoncent les paroles qui ont le plus de poids en termes d’audience et d’autorité morale, qu’une élite de privilégiés et/ou de minorités coupée de la société « réelle » a le monopole de la parole légitime. Cette fracture discursive est rendue possible par les réseaux sociaux, où ceux qui se pensent exclus s’expriment abondamment. Mais il existe une asymétrie fondamentale entre leurs énoncés et ceux des « élites », qui justifient leur statut en respectant un certain nombre de normes cognitives et linguistiques. C’est une dangereuse situation d’« interincompréhension » où chacun des deux adversaires se légitime par l’autre. L’analyste du discours ne peut pas se contenter de montrer les déficiences des énoncés « populistes » ; il doit réfléchir sur la fracture discursive elle-même. Mais traiter le discours des élites comme du discours ne doit pas signifier valider le point de vue « populiste ».
Acompanhamos o desenvolvimento de fenômenos que designamos de várias maneiras: “ascensão do populismo”, “movimentos antissistema” etc. Não se trata, apenas, de uma fratura social, mas, também, de uma fratura discursiva. Os populistas consideram que a eles foi impedido o acesso ao lugar de fala nos ambientes em que há maior audiência ou autoridade moral / credibilidade, que uma elite de privilegiados e / ou minorias distanciadas da sociedade “real” têm o monopólio da legitimidade da fala. Essa fratura discursiva se tornou possível por meio das redes sociais, em que aqueles que se sentem excluídos podem falar o que querem. Existe, contudo, uma assimetria fundamental entre esses discursos e os das “elites”, as quais justificam seu estatuto respeitando um certo número de normas cognitivas e linguísticas. É uma perigosa situação de “interincompreensão”, em que cada um dos dois adversários se legitima pelo outro. O analista do discurso, portanto, não pode se contentar em mostrar as deficiências dos discursos “populistas”; ele deve refletir sobre a própria fratura discursiva. Tratar a fala “populista” como discurso, contudo, não deve significar a validação de seu ponto de vista.