Western is a cinematographic genre that have always focused on well distinguished dualities, looking for separation between civilization and wilderness using archetypes that obey well established functions in the north-american civilizing project. John Ford’s The Searchers (1956) transcends the western tradition by reverting these principles and establishing symbolic differential spaces from abstract motives like conflict, escape and search. In this new configuration, what is thought as dominant, in truth, is dominated by a hidden speech that talks through an ancestral locus. Indians, cowboys, half-castes, mexicans and others blend themselves when thinking about cultivating a determined speech, when in fact they are projecting the other’s speech. This ethnic ventriloquism is the force that moves the true symbolic frontiers with which these characters have contact, exhibiting an America that identifies itself specially through negativity.
O faroeste é um gênero cinematográfico que sempre primou por dualidades bem claras, procurando distinguir a civilização e a selvageria através de arquétipos que cumprem funções bem estabelecidas no projeto civilizatório norte-americano. Rastros de Ódio, filme de John Ford de 1956, reinaugura a tradição do faroeste revertendo esses princípios e estabelecendo espaços simbólicos diferenciais a partir de motivos abstratos como o conflito, a fuga e a busca. Nessa nova configuração, o que se pensa dominante na verdade é dominado por um discurso velado, que fala através de um lócus anterior. Índios, cowboys, mestiços, mexicanos e outros se misturam em instâncias em que, pensando estar cultivando um determinado discurso, na verdade projetam a fala do outro. Este ventriloquismo étnico é o que desloca as verdadeiras fronteiras simbólicas com que esses personagens se deparam, exibindo uma América que se identifica pela negatividade.