Descripción:
O texto investiga determinados aspectos do pensamento e da trajetória do pensador florentino Nicolau Maquiavel, especialmente na obra O príncipe, a partir da leitura sociológica da ambivalência na obra Modernidade e Ambivalência do sociólogo Zigmunt Bauman. O interesse da relação está em indicar como é possível detectar um caráter ambivalente em Maquiavel, considerando as ambiguidades de sua postura política e intelectual por meio de fatos de sua vida e de excertos do discurso contido na obra dedicada a Lorenzo de Médici. Para isso, são explicitadas passagens da vida e da obra de Maquiavel, procurando incorrer o mínimo em anacronismos e outros vícios da crítica textual e contextual e, no mais, cumprindo o objetivo de indicar algumas aproximações críticas preliminares que aludem à ambivalência existente nas formulações de um dos pais do pensamento político moderno. Foi possível constatar que a ambivalência se apresenta já nas raízes do pensamento político moderno, desde Maquiavel, que, no entanto, prefere jogar com sua contingência em vez de tentar suprimi-la definitivamente.