Schmitz, Heribert; da Mota, Dalva Maria; Júnior, Josué Francisco da Silva; de Jesus, Nádia Batista
Descripción:
Secularmente mulheres negras e pobres praticam o extrativismo da mangaba no Norte e Nordeste brasileiro. Recentemente, frente à valorização da fruta no mercado regional de produtos nativos e à ocupação das terras de livre acesso com atividades agrícolas ou turísticas, diminui o acesso das mesmas às plantas com a proliferação de conflitos entre diferentes atores. Assim, esse artigo objetiva analisar os conflitos sociais pelo acesso aos recursos em áreas remanescentes de mangabeira no Nordeste (BA, SE, AL, PE, PB, RN) e Norte (PA) do Brasil. A pesquisa foi realizada no período de 2003 a 2008 e os principais procedimentos foram estudos de caso, observações, entrevistas, levantamento de dados secundários e participação em encontros e reuniões das catadoras. Os atores envolvidos foram catadoras, comerciantes, proprietários de terra, empresários (turismo, carcinicultura), lideranças sindicais e funcionários de órgãos públicos (Incra, Ibama, Embrapa, Ernater, etc.). Os resultados dos quatro estudos de caso mostram a coexistência de diferentes tipos de conflitos envolvendo distintos atores em disputa pelo acesso às plantas de mangabeiras com ganhos objetivos para aqueles que têm maior poder econômico e de reconhecimento para as catadoras.