Descripción:
O texto apresenta resultados de uma pesquisa sobre as perceções de um grupo de trabalhadores que integram um segmento per iférico das Forças Armadas portuguesas, contratados a termo e em situação de m obilidade geográfica mensal. Procurou conhecer os impactos destes tipos de flexi bilidade nas forças armadas sobre as suas expetativas e estratégias profissiona is e pessoais. Foram utilizados in- quéritos por questionário e entrevistas semiestrutu radas. Verificou-se a existência de precaridade de emprego e de trabalho, que são fonte s de insatisfação; sentimento de segmentação laboral relativamente ao núcleo-duro ; dificuldades de conciliação e de acesso a formação. Concluiu-se que os desafios para a organização militar são bastantes, com uma força de trabalho que tende a ap resentar-se desmoralizada pela precariedade, pela sensação de rotina, fadiga e impossibilidade de progressão. Para os indivíduos, a consciência de trabalhador n ómada começa a pesar, com as deslocações constantes, com a aproximação do fim do contrato e com a neces- sidade de preparação para a reintegração no mercado de trabalho. A precariedade é hoje experienciada num dos setores que ainda há p ouco se considerava dos mais estruturados e que garantia permanência e estabilid ade de carreira, o militar, e que hoje é também já um local de passagem dos seus p rofissionais.