Descripción:
O artigo tem como objetivo central resgatar, analisar e compreender a atuação do Sindicato Negro, considerada a primeira posse do rap brasileiro surgida em 1988, na Praça Roosevelt na região central da cidade de São Paulo. Reunidos em coletivos chamados posses, os rappers paulistanos passaram a exercer suas identidades em lugares externos, levando para o espaço público uma prática de construção de identidade que apenas era tolerada em locais fechados e privados. O trabalho é estruturado a partir da análise de documentos tanto institucionais quanto os produzidos pelos atores envolvidos no fenômeno investigado, entrevistas semiestruturadas, revisão bibliográfica e pesquisa de campo ancorada numa abordagem etnográfica. Acreditamos que o ato de registrar e analisar a experiência do rap paulistano possibilita trazer à tona práticas sociais ignoradas pela cultura hegemônica. De tal modo, coloca-se uma problemática: a da invisibilidade de atores sociais da experiência do rap paulistano e a urgência do registro textual de tais experiências que revelam pontos de resistência ao status quo e ao silenciamento dos grupos que atuam à margem do poder constituído.