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RESUMO: O Brasil, em suas relações com os países do continente americano, usualmente é entendido como uma nação bifronte. Ao mesmo tempo em que se submeteu a relações subordinadas com os Estados Unidos, manteve uma longa trajetória de comedido relacionamento com os demais países. É senso comum a afirmativa de que o Brasil não se vê como latino-americano, embora também se possa objetar que a recíproca seja plausível. Essa maneira de ver o outro se consolidou ao longo do primeiro século depois das independências das colônias espanholas e portuguesa e adentrou o século XX. De certo modo, no caso da esquerda marxista brasileira, esta postura também encontrou manifestações nas primeiras décadas do século XX. No exame das publicações e periódicos das correntes trotskista e stalinista em seus primórdios nas raras menções encontradas a respeito de outros países do continente ou se dá sob a apresentação de eventos políticos ou por meio da simples informação sobre as atividades das organizações nacionais. Não se dá sob a percepção de pertencimento a uma unidade continental. No caso dos stalinistas ela se dá sob a percepção de envolvimento dos países latino-americanos em “disputas interimperialistas”. Já no caso dos trotskistas brasileiros, nesse período, ocorre uma mudança significativa. A partir da chegada de Leon Trotsky ao México, os trotskistas brasileiros começam a atentar para o papel do imperialismo estadunidense no continente e sobre suas consequências sobre o movimento operário. Como ocorre esta mudança entre os seguidores de Leon Trotsky no Brasil e quais são suas implicações e limites são os objetos desta apresentação.