A partir de um questionamento antropológico sobre comunidades e a constru-ção de uma esfera pública, este artigo aborda as estratégias digitais que servempara compor o perfil do que poderia ser denominado como esfera LGBT espa-nhola. Consideramos o ativismo LGBT como o principal produtor de discursosocial legitimado e, através dele, analisamos os websites de sete coletivosLGBT e outros recursos digitais, no intuito de compreendermos a articulaçãode práticas digitais e não digitais, asquais estão baseadas em um entendimen-to compartilhado que evoca as identidades coletivas e retroalimenta o ativis-mo. Ao combinarmos o trabalho de campo antropológico sobre ativismo e et-nografias digitais de ambientes virtuais, acreditamos que, em que pese o usointensivo de recursos digitais, a esfera LGBT continua dependendo em largamedida das redes sociais tradicionais. Consequentemente, questionamos autilidade da conceituação das relações digitais e não digitais como campos se-parados e distintos e discutimos essa imbricação como uma característica doativismo contemporâneo.