Descripción:
Este artigo reconstrói a lógica de reconstituição da classe política estadual durante o Estado Novo no Brasil. Expomos osmecanismos de formação de apoios por parte da elite nacional, os princípios que guiaram as relações entre a elite regional e a cúpula dos Executivos estadual e federal e, especificamente, o modo pelo qual o presidente da República exerceu suas prerrogativas autoritárias diante das classes dirigentes regionais. É privilegiado o caso de São Paulo, mas as situações políticas de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná são também comentadas. Foram propostas duas noções para explicar esse processo: geometria variável e personalismo institucionalizado. Como conclusão, contesta-se a ideia segundo a qual a política seletiva de conservação/renovação das classes dirigentes estaduais deva ser descrita como cooptação de elites. Omais apropriado seria a noção de transformismo político, que implica na fabricação de uma nova classe dirigente através da destituição seletiva do grupo inimigo por uma elite mais poderosa.