Descripción:
APRESENTAÇÃOEste trabalho foi apresentado, inicialmente, em Fevereiro de 1997, como monografia, ao Curso de História da Universidade Estadual do Ceará - Brasil, sendo exigência parcial para a obtenção da Licenciatura Plena em História1. Uma observação pertinente diz respeito a que, em princípio, ele foi pensado como trabalho acadêmico, mas cuja divulgação — ainda que de maneira amadorística, via xerox — pudesse oportunamente atingir alguns dos museus cearenses, sempre em defasagem com a produção e com as discussões no âmbito da Museologia. Daí existirem momentos de revisão bibliográfica e de claras e propositais alfinetadas em relação à acomodação reinante em alguns desses museus.A proposta de publicação em Portugal, além de uma agradável surpresa, trouxe a questão da adaptação a um público mais abrangente e inserido em outra realidade. Optamos, no entanto, por manter o texto original com mínimas alterações2 e acréscimos explicativos. Que a troca de experiências se faça valer como contribuição aos debates museológicos.Ao primeiro contato com a Museologia, as possibilidades de pesquisa na área e o desvendar de uma vasta gama de bens patrimoniais passíveis de se estudar enquanto registro histórico,tornamo-nos totalmente cativos e, desde então, todos os esforços têm sido feitos no sentido de avançar nesta área, mercê das dificuldades que se apresentam. INTRODUÇÃOIntroduzir um tema referente aos museus e ao sentido dapreservação dos bens patrimoniais requer, inicialmente, uma revisão conceitual sobre patrimônio, memória e identidade. Estes conceitos fundamentais relacionados às noções de cultura material, educação patrimonial e cidadania remeterão a uma visão mais completa efundamentada do trabalho em museus, de sua extensão e relevância, da necessidade de pesquisas nos acervos mediante ações interdisciplinares.Contemporaneamente, o reconhecimento da problemática da preservação do patrimônio cultural em um contexto de modernidade e avanço tecnológico tem fomentado cada vez mais a discussão acerca da necessidade de preservação da identidade culturalde um povo na sua luta pela cidadania. Embora uma interpretação mais tradicional e caricata da preservação entenda-a como fossilização, impossibilidade de usos, adaptações e mesmo transformação de bens ou manifestações relativas ao patrimônio; acontradição entre preservação e modernidade é menos legítima do que parece, visto que, em vários aspectos, convergem para a instrumentalização da conquista de uma melhor qualidade de vida.Não se pode reduzir o patrimônio à cultura material.