Descripción:
Este artigo examina os elementos de gênero e sexualidade presentes na assistência em saúde à intersexualidade. Os nascimentos de bebês intersexo vêm sendo entendidos pela medicina como “urgências biológicas e sociais”, naturalizando-se uma “necessidade cirúrgica” nos genitais externos e internos durante a infância a fim de fixar anatomicamente o padrão masculino ou feminino hegemônico. O material empírico baseia-se em entrevistas feitas com especialistas nesses casos, que atuam em hospitais da cidade do Rio de Janeiro. Trata-se de uma análise socioantropológica com o objetivo de investigar as concepções de gênero e sexualidade mobilizadas por esses profissionais para justificar os procedimentos corretivos na intersexualidade. Os resultados indicam que a produção médica do sexo/gênero funciona como um mecanismo que reafirma o lugar da tecnologia médica como produtora de verdades sobre os corpos intersexo.