"O presente artigo, a partir da categoria participação social, analisa as rupturas e contradições presentes no Movimento de Alfabetização do ABCD paulista em relação às propostas dos movimentos populares de jovens e adultos dos anos 60. Entrevistas, depoimentos, documentos e dados censitários foram utilizados na análise, tendo como referenciais a teoria crítica, com especial ênfase nos estudos e pesquisas desenvolvidas na perspectiva educacional freireana. Os resultados mostram que entre as rupturas e contradições destacam-se: a dependência do movimento às oscilações dos recursos financeiros e interesses dos parceiros envolvidos em detrimento às reivindicações das bases; a fragilidade e aligeiramento da formação docente; a ausência dos dados quantitativos e qualitativos sobre a demanda e desempenho dos educandos, os quais, aliados às diferenças espaciais, históricas e ideológicas observadas no movimento atual, revelam que o MOVA-Regional distorce em alguns momentos a proposta de educação popular de Paulo Freire utilizando-se de seus próprios princípios."