O presente trabalho reflete sobre alguns dos impactos, problemáticas, modificações e permanências produzidas, por intermédio da efetivação da lei 11.645/2008, no processo de ensino aprendizagem sobre a história e cultura indígena no contexto escolar da educação básica. Como fonte foram utilizados os conhecimentos dos alunos do ensino médio de três escolas estaduais do município de Dourados (Mato Grosso do Sul – MS), que participaram da edição do PIBID História (2018-2019), da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Esses saberes foram apreendidos e sistematizados por meio da aplicação de questionários, os quais compuseram a fase inicial das atividades nas escolas, denominada de 'sondagens'. Os estereótipos construídos acerca das populações indígenas e as noções essencialistas de cultura, as quais negam as alteridades étnicas e as sociodiversidades, ainda são grandes desafios a serem superados. A solidificação do diálogo entre a produção acadêmica e a produção escolar, ou seja, a aproximação e articulação entre universidade e escola, se apresenta como um caminho favorável para o debate histórico, o qual deve ser convertido em uma ferramenta que permita a suplantação de mitos e estereótipos, especialmente os referentes aos povos indígenas no Brasil. Trata-se, então, de ultrapassar visões culturalistas, calcadas numa perspectiva predominantemente eurocêntrica e conservadora (cujas noções são responsáveis por fabricar intolerâncias e violências) e compreender as historicidades e reconhecer e respeitar as diversidades.
This paper reflects on some of the impacts, issues, changes and continuities in the teaching and learning of the history and indigenous culture in the school context of basic education which arise from the execution of the Law 11.645/2008. The analyses focused on the knowledge of high school students from three state schools in the city of Dourados (Mato Grosso do Sul - MS), who participated in the edition of PIBID História (2018-2019), from the Federal University of Grande Dourados (UFGD). This data was gathered and systematized through the application of questionnaires, which made up the initial phase of activities at the schools, called 'surveying’. Stereotypes about indigenous peoples such as essentialist notions of culture, which deny ethnic alterities and sociodiversities, are still major challenges to be overcome. The solidification of the dialogue between academic production and school production, that is, an approximation and articulation between university and school, presents itself as a favorable path for the historical debate, which must be converted into a tool that allows the overcoming of myths and stereotypes, especially those referring to indigenous peoples in Brazil. Thus it is about overcoming culturalist visions, based on a predominantly Eurocentric and conservative perspective (whose notions are responsible for manufacturing intolerances and violence) and understanding historicities and recognizing and respecting diversities.