Acreditando que as configurações identitárias profissionais são marcadas por uma série de identificações que antecedem a entrada na graduação, passando por contínuas reconfigurações ao longo da formação e do exercício da atividade escolhida, no âmbito de tensões do que se denomina feminilização do magistério, essa pesquisa objetivou o estudo da construção identitária profissional docente de homens atuantes na Educação Infantil e Anos Iniciais, a partir de suas trajetórias. Para tanto, teve como fio condutor a análise das histórias de vida de quatro professores de quatro escolas da rede municipal do Recife, no tocante as experiências tidas pelos sujeitos como formativas, que envolveram aproximações e distanciamentos com o magistério, com destaque para os elementos que corroboram ou não essa escolha profissional. Dentro da gama de possibilidades subjacentes optamos pelo paradigma qualitativo, tomamos como suporte a metodologia ligada à perspectiva teórico-compreensiva da História de Vida, tendo por base as ideias desenvolvidas por Josso (2004). Essa escolha é devido o nosso interesse nas subjetividades pessoais dos entrevistados, no que tangem suas experiências formadoras. O instrumento de recolha dos dados foi a entrevista semi-estruturada, na qual o entrevistado dispôs de suas vivências. Os achados da pesquisa nos permitiram, dentre outras coisas, três observações: a primeira, de que trajetória escolar influencia diretamente nas identificações iniciais com o magistério, embora, a escolha pela Licenciatura em Pedagogia e pela sala de aula nesse âmbito ainda seja secundarizada. A segunda, apontou para as influencias da formação inicial, com destaque para figura dos mestres e experiências de estágio que proporcionaram processos de aproximações com a atividade docente. E, por fim, a confirmação do campo profissional como espaço de contínuas (re)construções identitárias, a partir das relações estabelecidas com os pares e com a cultura escolar. Nesse sentido, acreditamos que o maior contributo resida no âmbito da compreensão das dinâmicas identitárias inseridas em processos individuais e coletivos, entre a identidade pessoal do pesquisado e o grupo de referência, dentro da configuração da relação Eu-Outro. Imbuídos da ideia de que a atividade docente requer muito mais do que atributos de maternagem para sua configuração profissional, alertamos para pertinência de se pensar em estudos futuros que, no bojo dos estudos identitários, possam vir a aprofundar questões em torno de processos que estão a delinear a construção de um novo imaginário social do magistério exercido por homens.Believing that professional identity configurations are marked by a series of identifications that precede graduation, through constant reconfigurations along the formation and exercise of the chosen activity, in the context of tensions of what is called feminization of the teaching profession, this research aimed at the study of the professional identity construction of teachers working in Early Childhood Education and Early Years, based on their trajectories. In order to do so, the main objective of this study was to analyze the life histories of four teachers from four schools of the Recife city, in relation to the experiences of the subjects as formative, which involved approximations and distancing with the teaching profession, with emphasis on the elements that corroborate or not this professional choice. Within the range of underlying possibilities, we choose the qualitative paradigm, we take as support the methodology linked to the theoretical-comprehensive perspective of Life History, based on the ideas developed by Josso (2004). This choice is due to our interest in the personal subjectivities of the interviewees, as far as their formative experiences are concerned. The instrument of data collection was the semi-structured interview, in which the interviewee disposed of his experiences. The findings of the research allowed us, among other things, three observations: the first, of which school trajectory directly influences the initial identifications with the teaching profession, although the choice for the Degree in Pedagogy and for the classroom in this scope is still secondary. The second one pointed to the influences of the initial formation, with emphasis on the figure of the masters and internship experiences that provided processes of approximations with the teaching activity. And, finally, the confirmation of the professional field as a space of continuous (re) constructions of identity, based on established relationships with peers and school culture. In this sense, we believe that the greatest contribution lies in the understanding of the identity dynamics inserted in individual and collective processes, between the personal identity of the researched and the reference group, within the configuration of the I-Other relationship. Imbued with the idea that the teaching activity requires much more than attributes of maternity for its professional configuration, we warn of the pertinence of thinking about future studies that, in the field of identity studies, may deepen questions around processes that are to delineate the construction of a new social imaginary of the magisterium exercised by men.