Hoje, na busca pela tão aclamada qualidade do ensino , o Estado formula e implementa
políticas educacionais, baseadas nos princípios da democratização, que incidem nas escolas,
aleatoriamente, a sua cultura e especificidades. Partindo desta premissa, buscamos nesta
pesquisa investigar como as políticas de informação (Censo Escolar) e de avaliação (SAEB),
são apropriadas pela escola. Interessou-nos identificar como se dá sua interferência (ou não)
no cotidiano das escolas com relação a sua gestão e autonomia, como também de seus
sujeitos, professores e alunos, no que diz respeito à participação, comprometimento e
melhoria da aprendizagem. Encontramos na literatura conceitos como gestão educacional e
avaliação educacional, que serviram como base analítica ao exame de dados coletados junto a
esses segmentos. Utilizamos como procedimento metodológico entrevistas semiestruturadas
com o gestor e um professor de doze unidades da Rede Municipal do Recife, as quais tiveram
como critério de escolha o maior e menor resultado no IDEB de 2007 de cada Região
Político-Administrativa de Recife. Dentre os resultados, encontramos indicadores das
diferenças na qualidade do ensino, tais como: o comprometimento da gestão com os aspectos
pedagógicos da escola; a utilização dos dados dos sistemas de informação e de avaliação para
o incremento da prática pedagógica; o entendimento e a clareza quanto aos significados
dessas políticas por parte dos gestores e professores. Dentre as conclusões, compreendemos
que os indicadores educacionais refletem a autonomia da escola, o que, entendemos seja
decorrente da distância existente entre o locus das decisões de políticas educacionais e sua
base de materialização, a escola, o que reduz as possibilidades de apropriação por parte de
seus principais sujeitos e, consequentemente, o desejado efeito na democratização da
qualidade do ensino
Prefeitura da Cidade do Recife