Descripción:
Comumente a literatura da Educação Física apresenta o Esporte como uma prática
hegemônica a partir da ditadura militar no Brasil, merecendo o mesmo, com o
declínio do período militar, severas críticas. A fim de compreender esta relação
fomos investigar esta afirmativa bastante conhecida na área tendo como objetivo
identificar e analisar as razões que contribuíram com a consolidação do Esporte
como prática hegemônica na Educação Física na segunda metade do século XX no
Brasil. Essa narrativa foi composta por três momentos complementares. Inicialmente
procuramos identificar o marco que concentra os fatores impulsionadores do Esporte
e as relações estabelecidas entre os mesmos, em seguida buscamos conhecer a
legislação da Educação, Educação Física e do Esporte como indicadores que
influenciavam as práticas escolares e por fim realizamos uma crítica sobre o
pensamento desenvolvido na literatura da área a qual associa a hegemonia do
Esporte ao período da Ditadura Militar no Brasil. Para tanto, utilizamos como fonte à
legislação brasileira, bem como livros dos autores que se aproximam desta temática,
os quais dão suporte na realização da construção desta narrativa. Perspectivando
entender a História em longo prazo, desarticulando as associações realizadas entre
períodos políticos e a constituição da História, bem como perceber a legislação
enquanto linguagem e prática social desassociando o caráter impositivo
habitualmente reconhecido nas leis. Contudo, o estudo apontou para um outro
entendimento. A inserção do Esporte na Educação Física, a criação da Escola
Nacional de Educação Física e Desporto, o arcabouço legislativo estruturado
durante o Estado Novo para o Esporte, além da urbanização, meios de comunicação
e industrialização emergente, principalmente, a partir da segunda metade do século
XX como razões que contribuíram com a constituição do Esporte como prática
hegemônica na Educação Física