Descripción:
Este estudo aborda a temática da avaliação da aprendizagem no Sistema de Ciclos.
Compreende-se que a adoção de tal sistema requer uma mudança nas formas como se
pensa e se faz a avaliação no sentido de torná-la um processo democrático, interativo,
qualitativo, processual e includente. Assim, nesta pesquisa, buscou-se compreender as
práticas avaliativas em uma organização escolar por Ciclos de Aprendizagem,
identificando as aproximações e os distanciamentos entre os preceitos desse sistema e a
sua materialização no cotidiano escolar. Foram realizados estudos, na literatura e em
documentos, os quais contemplaram duas categorias analíticas, quais sejam: Ciclos de
aprendizagem cujas principais referências consistiram em Mainardes (2007) e Freitas
(2003), entre outros; e Avaliação na qual, destacam-se as contribuições de SILVA
(2003, 2004, 2007) e PERRENOUD (1999, 2000, 2004). Tais estudos possibilitaram
compreender os pressupostos teóricos e as diretrizes normativas que fundamentam a
avaliação nesse sistema. No percurso metodológico, com base na abordagem dialética,
optou-se pelo método etnográfico como forma de apreensão do fenômeno investigado.
Selecionou-se a observação participante e a entrevista semi-estruturada como técnicas
de coleta de dados, os quais foram tratados pela análise de conteúdo categorial do tipo
temática (BARDIN, 1977). O campo da pesquisa configurou-se em uma escola da Rede
Municipal da Cidade do Recife e as participantes foram três professoras dos anos
iniciais do ensino fundamental, a diretora e a coordenadora da referida escola. Os
resultados do estudo apontaram que a adoção da política de ciclos não promoveu
alterações substanciais na prática avaliativa das docentes. As mudanças operadas se
restringiram aos aspectos técnico-instrumentais sem considerar as intenções
educacionais pretendidas por tal sistema. Constatou-se que a prática avaliativa
apresenta-se presa às concepções de uma avaliação autoritária e classificatória, do que
decorre um prejuízo ao desenvolvimento dos alunos. Identificou-se a necessidade de
uma política efetiva de valorização do magistério, de um processo de formação
continuada que priorize a fundamentação epistemológica dos Ciclos e, sobretudo, do
comprometimento de todos governo, profissionais da educação, família, alunos - no
sentido de superar a lógica seletiva e excludente que ainda sedimenta a prática
educativa, rumo a uma educação de fato mais democrática e inclusiva