O objetivo aqui é apresentar um conjunto de reflexões acerca das tensões e das disputas na luta por reconhecimento na contemporaneidade, situando-a no contexto da sociedade do desempenho em que a exigência de autenticidade como condição para a ação coletiva se tornou, paradoxalmente, um limite às próprias políticas do reconhecimento das diferenças. Inicialmente, são delineados os aspectos constitutivos da sociedade do desempenho para, em seguida, estabelecer um diálogo crítico com teóricos do reconhecimento, destacando o que, em suas teorizações, torna possível contornar os dilemas da sociedade do desempenho cuja forma neoliberal atual tende a colonizar a vida. Finalmente, o ensaio critica as normatividades sociais que impedem ou enfraquecem as lutas pautadas pela gramática do reconhecimento das diferenças no contexto da sociedade do desempenho.