This article investigates the esthetic qualities of Jorge Luis Borges’s (1899-1986) skepticism. The study stars with a quotation from Otras inquisiciones (1952), in which Borges attributes his own esthetical approach of philosophical and religious texts, perhaps, to an essential skepticism. The essay “La muralla e los libros” is fundamental to the study; it allows to compare the esthetic phenomenon, according to Borges, to the skeptical suspension of judgment (epoché). The conclusion is that, differently from the Pyrrhonists, Borges’s skepticism does not undertake a quest for tranquility (ataraxia), but for the preservation of disturbance (taraxia).
Este artigo tem como proposta apresentar o ceticismo de finalidades estéticas próprio ao autor portenho Jorge Luis Borges (1899-1986). A citação que motiva a primeira seção do estudo é retirada do epílogo de Otras inquisiciones (1952), na qual Borges atribui sua abordagem estética de textos filosóficos e religiosos, quiçá, a um ceticismo essencial. A leitura do ensaio “La muralla y los libros” revela-se fundamental ao permitir a comparação do fato estético, segundo Borges, com a suspensão cética do juízo (epokhé). Conclui-se que, diferentemente dos céticos pirrônicos, Borges não empreende, em sua aplicação estética da suspensão do juízo, uma busca pela tranquilidade (ataraxía), mas a manutenção do assombro (taraxía).