En este artículo analizamos el proceso de interpelación de las mujeres a la Asamblea Constituyente de Chile como resultado de la movilización y la formación política durante años de lucha por los derechos. El punto de partida de este estudio es la primera movilización de estudiantes de secundaria, en 2006, finalizando con los hechos del Mayo Feminista, en 2018, cuando se aprobó un proceso constituyente. Se destaca en este trabajo la centralidad del pensamiento, la acción y la lucha de las mujeres y del feminismo chileno, pues aquí demostramos cuánto tuvo un impacto concreto la lucha permanente de las mujeres contra las estructuras patriarcales de la sociedad y, principalmente, contra las instituciones del Estado. El resultado fue la participación de las mujeres en la Convención Constituyente en términos paritarios con los hombres. Las premisas de este trabajo se sustentan en una revisión de las principales leyes para la equidad en las relaciones de género, editadas a partir de 2015. Además del análisis de la legislación y normas, finalmente realizamos una consulta bibliográfica sobre el movimiento de mujeres y feministas en perspectiva histórica. Se concluye que el modelo paritario de la Asamblea constituyente es parte de un proyecto de construcción colectiva feminista de la sociedad, luego de la politización de la violencia vivida contra las mujeres.Neste artigo analisamos o processo de interpelação das mulheres à Assembleia Constituinte chilena como resultado da mobilização e da formação política ao longo de anos de luta por direitos. O marco inicial deste estudo é a primeira mobilização dos estudantes secundaristas, em 2006, findando nos acontecimentos do Mayo Feminista, em 2018, quando da aprovação de um processo constituinte. Destaca-se neste trabalho a centralidade do pensamento, ação e luta das mulheres e do feminismo chileno, pois aqui demonstramos o quanto a luta permanente das mulheres contra as estruturas patriarcais da sociedade e, principalmente, contra as instituições estatais. O resultado foi a participação das mulheres na Convenção Constituinte em termos paritários com os homens. As premissas deste trabalho se sustentam numa revisão das principais leis para a equidade nas relações de gênero, editadas a partir de 2015. Além da análise da legislação e de normas, realizamos, finalmente, uma consulta bibliográfica sobre o movimento de mulheres e feministas numa perspectiva histórica. Conclui-se que o modelo paritário da Assembleia constituinte é parte de um projeto de construção coletiva feminista da sociedade, após a politização da violência vivenciada contra as mulheres.This article looks back on recent events in Chile's political and social history that would have created a suitable environment for the formation of an unprecedented model of Constituent Assembly, marked by the centrality of the feminist thought and movement that became more radically present since the “MayoFeminista”, which took place in May 2018, when university and high school students rose denouncing the patriarchal violence that lived within the walls of educational institutions. A review of the laws for gender equality in political participation that were edited in the country from 2015 onwards and consultation of the bibliography that critically analyzes the social movements of contemporary women and feminists were the tools used for the analysis presented here. In the end, it is concluded by the importance of the presence of feminists for the construction of a broadly egalitarian Chilean society.