"Neste trabalho procuramos refletir sobre a categoria velhice feminina, relacionando-a com os conceitos de agência e de reflexividade de Anthony Giddens. Mais precisamente, abordamos possibilidades de convivências familiares em contextos intergeracionais em que se incluem mulheres participantes de grupos que agenciam o envelhecimento contemporâneo. Para tanto, selecionamos narrativas de vida de três senhoras, de idade entre 62 e 70 anos, que integraram um grupo de idosas de uma pesquisa de doutorado em Sociologia realizada na Universidade Federal da Paraíba. Os métodos de investigação consistiram na observação participante e em entrevistas do tipo história de vida em que se fazem os seguintes questionamentos: como essas mulheres lidam, especialmente com filhos e netos, com as perspectivas das diferentes propostas de envelhecimento com as quais se envolvem em seu cotidiano? Que mudanças nas relações familiares podem ser apontadas com as interferências das ideologias disseminadas nos grupos de idosos pela Igreja e pela saúde pública? Percebemos essas senhoras como agentes que monitoram continuamente os fluxos de informações aos quais têm acesso. Elas reinventam suas experiências de velhice no diálogo entre os referenciais extra e intrafamiliares, fazendo escolhas que primam pela convivência familiar e priorizam as relações extrafamiliares."