La obra "Política o razón de Estado sacada de Aristóteles", escrita por Diego Pérez de Mesa, no solo se basa en gran medida en la Política de Aristóteles, como su título lo reconoce abiertamente, sino también en el más influyente comentario medieval sobre política, es decir, el comentario iniciado por Tomás de Aquino y finalizado por Pedro de Auvernia, algo, por cierto, que Pérez de Mesa ya no reconoce. En este artículo muestro las diferentes formas en que Pérez de Mesa basa este comentario: a veces lo reproduce textualmente o toma líneas de razonamiento de él, mientras que en otras ocasiones lo critica, particularmente en lo que se refiere al esquema que el comentario ofrece sobre el gobernante ideal. Para Pérez de Mesa, el gobernante ideal tiene su origen en la unidad formada entre el gobernante y el Consejo de Estado y debe haber regencia según la ley, y no, como había sostenido Pedro de Auvergne, según la propia voluntad e intelecto del gobernante. A pesar de la crítica de Pérez de Mesa a la representación de Pedro de Auvergne del gobernante perfecto, es notable que un tratado sobre la razón de estado esté tan fuertemente basado en un comentario medieval aristotélico. El vínculo entre la razón de estado y el fin del "Aristotelismo Político" debe ser rectificado.The work "Politics or Reason of State taken from Aristotle", written by Diego Pérez de Mesa, is not only based to a great extent on Aristotle's Politics, as its title openly acknowledges, but also on the most influential medieval commentary on politics, that is, the commentary initiated by Thomas Aquinas and completed by Pedro de Auvernia, something, by the way, that Pérez de Mesa no longer acknowledges. In this article I show the different ways in which Pérez de Mesa bases this commentary: sometimes he reproduces it textually or takes lines of reasoning from it, while on other occasions he criticizes it, particularly with regard to the scheme that the commentary offers about the ideal ruler. For Pérez de Mesa, the ideal ruler has its origin in the unity formed between the ruler and the Council of State and there must be regency according to the law, and not, as Pedro de Auvergne had maintained, according to the ruler's own will and intellect. Despite Pérez de Mesa's criticism of Pierre d'Auvergne's representation of the perfect ruler, it is remarkable that a treatise on the reason of state is so strongly based on an Aristotelian medieval commentary. The link between the reason of state and the end of "Political Aristotelianism" must be rectified.A obra Política o razón de Estado sacada de Aristóteles, escrita por Diego Pérez de Mesa, não apenas é amplamente baseada na Política de Aristóteles, como o seu título o reconhece abertamente, mas também no mais influente comentário medieval à Política, ou seja, o comentário iniciado por Tomás de Aquino e finalizado por Pedro de Auvergne, algo, a propósito, que Pérez de Mesa deixou de reconhecer. Neste artigo, eu mostro os modos diversos em que Pérez de Mesa se baseia nesse comentário: algumas vezes, ele o reproduz verbatim ou tira linhas de raciocínio a partir dele, ao passo que em outras ocasiões ele o critica, particularmente com respeito ao delineamento que o comentário oferece sobre o governante ideal. Para Pérez de Mesa, o governante ideal tem origem na unidade formada entre o governante e o Conselho de Estado, devendo haver regência de acordo com a lei, e não, como Pedro de Auvergne tinha sustentado, de acordo com a própria vontade e o próprio intelecto do governante. Apesar da crítica que Pérez de Mesa faz à representação que Pedro de Auvergne fizera do governante perfeito, é notável que um tratado sobre razão de estado se fundamente tão fortemente em um comentário aristotélico medieval. O vínculo entre razão de estado e o fim do “Aristotelismo Político” deveria, portanto, ser reconsiderado.