Este artículo pone en evidencia la insostenibilidad de las impugnaciones acerca del supuesto carácter eurocéntrico del pensamiento de Marx, que realizan los teóricos inscriptos en las perspectivas Decoloniales y del Posdesarrollo. Para ello, se realiza una revisión de los escritos de Marx, tanto de los que conforman su obra central como de aquellos apuntes más desconocidos acerca de las sociedades no europeas, que muestran el desarrollo de sus ideas hasta la comprensión cabal del despliegue desigual y multilineal de las sociedades, del problema colonial y de las luchas de los pueblos oprimidos. En los estudios de Marx no se encuentra una teoría acabada, pero si las bases epistemológicas que advierten el despliegue desigual del capitalismo como sistema mundial. Es decir, se encuentran los elementos que abren líneas fructíferas de investigación para comprender: a) la subordinación de las formaciones sociales precapitalistas, en primer lugar, a la acumulación originaria del capital en Europa Occidental y, en segundo lugar, al imperialismo y su división internacional del trabajo, b) las tendencias necesariamente expansivas del capitalismo, “la tendencia a crear el mercado mundial” en función de las propias leyes sociales que rigen su comportamiento, c) el desarrollo multilineal, desigual, asimétrico y polarizante entre centros imperialistas y periferias dependientes y d) las múltiples resistencias ante el avance del colonialismo y el imperialismo. Marx y, también, Engels sientan las bases de la crítica más radical de la sociedad burguesa, de su colonialismo, incluso, del imperialismo y de sus inherentes creencias en la superioridad de la cultura occidental europea y en su misión civilizadora.This article aims to reveal the fallacies of the challenges about the supposed Eurocentric character of Marx's thought., carried out by theorists enrolled in the decolonial and Post-development perspectives. Thus, a review of Marx's writings is carried out, both by those that make up his central work and by those more unknown notes about non-European societies, which show the development of his ideas until the full understanding of the unequal and multilinear deployment of societies, the colonial problem and the struggles of oppressed peoples. In these studies of Marx, there is not a finished theory, but the epistemological bases that warn of the unequal deployment of capitalism as a world system. In other words, there are elements that open up fruitful lines of research to understand: a) the subordination of pre-capitalist social formations, firstly, to the original accumulation of capital in Western Europe and, secondly, to imperialism and its international division of labour, b) the necessarily expansive tendencies of capitalism, "the tendency to create the world market", based on the very social laws that govern its behavior, c) the multilinear, unequal, asymmetrical and polarizing development between imperialist centers and dependent peripheries and d) the multiple resistances to the advance of colonialism and imperialism. Marx and, also, Engels lay the foundations for the most radical critique of bourgeois society, of its colonialism, even of imperialism, and of its inherent beliefs in the superiority of Western European culture and its civilizing mission.Este artigo destaca a insustentabilidade dos desafios ao suposto caráter eurocêntrico do pensamento de Marx feito pelos teóricos dentro das perspectivas Decolonial e Pós-Desenvolvimento. Para isso, é feita uma revisão dos escritos de Marx, tanto dos que compõem sua obra central como das notas menos conhecidas sobre sociedades não européias, que mostram o desenvolvimento de suas idéias ao ponto de uma compreensão profunda do desdobramento desigual e multilinear das sociedades, do problema colonial e das lutas dos povos oprimidos. Os estudos de Marx não contêm uma teoria acabada, mas contêm os fundamentos epistemológicos que revelam o desdobramento desigual do capitalismo como um sistema mundial. Em outras palavras, encontramos os elementos que abrem linhas frutíferas de pesquisa para a compreensão: (a) a subordinação das formações sociais pré-capitalistas, primeiro, à acumulação original de capital na Europa Ocidental e, segundo, ao imperialismo e sua divisão internacional do trabalho, (b) as tendências necessariamente expansivas do capitalismo, "a tendência a criar o mercado mundial" de acordo com as próprias leis sociais que regem seu comportamento, (c) o desenvolvimento multilinear, desigual, assimétrico e polarizador entre centros imperialistas e periferias dependentes e (d) as múltiplas resistências diante do avanço do colonialismo e do imperialismo. Marx e também Engels lançaram as bases para a crítica mais radical da sociedade burguesa, seu colonialismo, mesmo o imperialismo, e suas crenças inerentes à superioridade da cultura da Europa Ocidental e sua missão civilizadora.