Descripción:
Esta pesquisa tem por objetivo analisar o estágio do técnico de nível médio em empresas
flexíveis, com o intuito de desvelar a pedagogia fabril presente nessa experiência formativa.
Nosso campo de pesquisa foi formado por três empresas industriais da Região Metropolitana
de Recife/PE e pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco (CEFETPE),
instituição responsável legalmente pelo estágio de seus alunos. Como percurso metodológico,
priorizamos uma primeira aproximação empírica com nosso objeto, empregando a técnica de
grupo focal com estagiários do curso de Mecânica Industrial do CEFETPE. Posteriormente,
nos detivemos em apreender referências sobre as especificidades do modelo flexível adotado
pelas empresas pesquisadas; a relação CEFETPE e empresas; a pedagogia fabril do estágio
implementado nas mesmas e o perfil do técnico que se prioriza formar com essa experiência.
Para tal, tomamos como sujeitos de nossa pesquisa estagiários do curso de Mecânica e
Química Industrial; supervisores de estágio (do CEFETPE e das empresas); a coordenadora
da Coordenação de Integração Escola Empresa (CIE-E) da referida instituição educativa e os
gerentes de RH das empresas. Realizamos análise de conteúdo dos dados coletados em
entrevistas realizadas com os diversos sujeitos envolvidos e nos documentos disponibilizados
pelo CEFETPE e empresas. Verificamos que o estágio representa uma oportunidade de
formação prática, situando o estagiário no contexto real da empresa, com suas exigências e
ritmos próprios. As empresas exercem influência preponderante na formação dos estagiários
pelo fato do CEFETPE se omitir de sua responsabilidade precípua nesta etapa formativa.
Dessa forma, os estagiários são expostos a uma influência unilateral. O perfil de técnicos de
nível médio que as empresas flexíveis pretendem formar a partir da experiência do estágio
guarda correspondência com o setor em que o mesmo atuará, voltando-se para uma formação
técnica (conceitual e procedimental) de maior ou menor complexidade, considerada
complementar à sólida formação geral a ser viabilizada pela escola. Para tal, a empresa
defende e valoriza uma formação prática (relação teoria-prática numa perspectiva aditiva e
dicotômica), que deve ser enriquecida com o desenvolvimento das chamadas atitudes
generalizáveis visando à rápida adaptação a contextos produtivos cambiantes e instáveis