Descripción:
Essa pesquisa se propõe investigar sobre a juventude negra, as relações
etnicorraciais e o processo de ensino-aprendizagem em uma escola localizada
no interior de um presídio. O objetivo mais amplo consiste em analisar, a partir
das narrativas dos jovens negros, como eles apreendem suas trajetórias de
vida e o lugar que as experiências escolares ocupam na percepção de sua
existência. Mais especificamente, a ideia geradora da pesquisa consistiu em
mapear como as questões etnicorraciais são abordadas nos processos
educativos desenvolvidos no interior das prisões. Do ponto de vista
metodológico, buscamos compreender como o pertencimento etnicorracial era
percebido pelos próprios sujeitos inseridos no sistema penitenciário em
articulação com a forma como eles experienciam e se relacionam com a
educação vivenciada dentro e fora do presídio. Dentre os resultados
alcançados, identificamos que o racismo institucional é elemento determinante
na construção dos sujeitos marginalizados, pois suas trajetórias foram
marcadas pela discriminação e falta de oportunidades. Despossuídos de
instrumentos fomentadores de uma perspectiva de futuro, esses sujeitos
sempre viveram o agora e a escola foi uma instituição ausente nas suas
necessidades de garantias de construir sonhos promotores para um dia nascer
feliz. Concluímos assim que a escola precisa promover a cidadania de seus
usuários, garantir seu aprendizado, reforçar os laços identitários, pois nem a
escola de fora dos muros, bem como a da prisão tratou de incluir em seus
currículos o que preconiza as diretrizes curriculares nacionais para a educação
das relações etnicorraciais e para o ensino de história e cultura afrobrasileira, e
em particular a escola do presídio ainda não entrou de fato em contato com as
diretrizes nacionais para a educação em prisões - instrumento importante para
um fazer pedagógico que vai para além da escolarização. A escola precisa
fazer o que estar ao seu alcance e buscar parceria para realizações de
atividades que está fora de suas possibilidades, se responsabilizando pelo
futuro de seus usuários criando uma forma acolhedora e desenvolvendo meios
de se relacionar com os sujeitos que historicamente foram jogados nos guetos.
A escola na prisão precisa deixar de ser um simples lugar do refgio e ser
também o lócus da construção do conhecimento