Descripción:
A pesquisa compreende as apropriações das narrativas históricas escolares
pela prática pedagógica dos professores de História do ensino fundamental da rede
municipal do Recife. Para tanto, busca-se analisar a estrutura discursiva das
narrativas para identificar as matrizes historiográficas que servem de referência na
sua transposição didática. Neste processo, analisamos também as estratégias
metodológicas privilegiadas nas apropriações das narrativas históricas escolares,
bem como os procedimentos didáticos associados à apropriação destas. A
investigação teve como campo os ciclos finais do ensino fundamental (3º e 4º Ciclos)
de quatro escolas da rede citada. Elegemos como sujeitos cinco (5) professores,
todos graduados em licenciatura plena em História. Para a coleta dos dados,
utilizamos entrevistas (iniciais, durante as observações de sala, e finais) e
observações em sala, ambas áudio-gravadas e convertidas em peças protocolares,
constituindo nosso corpo documental. Quanto ao tratamento dos dados, nos
apoiamos nas formulações de Bardin (1977) sobre a análise de conteúdo. Diversas
matrizes historiográficas participaram das (re)invenções, apresentando-se muitas
vezes em estruturas mistas. Não obstante, percebe-se uma preponderância do
Marxismo. No que tange às estratégias metodológicas adotadas pelos professores,
detectamos os múltiplos usos da oralidade como forma privilegiada para as
apropriações. Na análise dos procedimentos didáticos, identificamos o fenômeno
das relações didáticas compreendidas enquanto uma apropriação das propostas de
inovação do ensino para a prática da História escolar. Percebemos que o repertório
de saberes históricos escolares formados na graduação e nos anos iniciais da
profissionalização representou um núcleo duro da transposição didática interna. Da
mesma forma, a oralização do saber histórico mostrou ser um elemento intrínseco à
cultura profissional docente, não podendo ser inexoravelmente associada a uma
perspectiva inovadora ou conservadora em si mesma. Refletimos que as relações
didáticas encontram sua fundamentação na possibilidade de representar um
instrumento útil à prática pedagógica dos sujeitos. A riqueza e a diversidade dos
fenômenos nos possibilitaram vislumbrar a complexidade que caracteriza o ensino
de História vivido e praticado nas salas de aula