Descripción:
As leis de financiamento à cultura, na esfera federal, ao propiciarem o surgimento do
marketing cultural parecem aprofundar e redefinir, de modo peculiar, as relações entre Estado
mercado. A partir de um estudo de caso, o do Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de
Janeiro, este trabalho procura compreender, sob uma perspectiva sócio-antropológica,
centrada na idéia de troca e reciprocidade, como se estabelecem as relações entre a instituição
Banco do Brasil e governo federal. Como parte desse processo social, buscaremos examinar
as leis de incentivo à cultura, como contexto mais amplo, e, de modo específico, a política de
marketing cultural derivada do uso de tais leis, por parte daquela instituição financeira,
através do papel desempenhado por seu mais antigo Centro Cultural. Analisamos tal processo
a partir da percepção e execução desta política pelos funcionários daquela instituição cultural,
bem como a percepção e receptividade dos seus freqüentadores e da mídia local. Uma das
idéias-força que emerge no contexto deste trabalho é a de que as empresas (como é o caso do
Banco do Brasil) ao procurarem atender às necessidades culturais e simbólicas de seus
freqüentadores, estariam, ao mesmo tempo, buscando garantir uma boa repercussão para a
imagem da própria empresa. Outra idéia-força é a de que isto só se torna possível mediante a
criação de um tipo específico de mercadoria, aqui denominada mercadoria-símbolosignificante,
que outra coisa não é senão as próprias produções culturais patrocinadas através
do mecanismo do marketing cultural. Procuramos, destarte, analisar e interpretar o sentido e
significado que tais mercadorias adquirem no contexto ora examinado, bem como sua
repercussão na sociedade, levando-se em consideração o mercado, a mídia, os freqüentadores,
ou visitantes, daquela instituição